Deu no New York Times.
Unidades da Marinha americana localizaram um navio iraniano suspeito no Mar da Arábia.
Autoridades acharam que transportava armamentos para os houthis, que lutam contra a Arábia Saudita no Iêmen.
Levado o caso ao Secretário da Defesa, o general James Mattis, ele tomou uma rápida decisão: abordar o navio para checar sua carga (não é à toa que é chamado carinhosamente de Mad Dog– cachorro louco).
De acordo com dois oficiais americanos, o navio iraniano estava em águas internacionais. Aparentemente, Mattis achou irrelevante, embora abordagem de navios estrangeiros em águas internacionais seja proibido pela lei internacional.
Mas, a notícia vazou, saiu na imprensa, e autoridades da Casa Branca informaram que, por isso, a manobra foi suspensa, pelo menos temporariamente.
Assim, se evitou uma guerra contra o Irã.
Guerra mesmo, Sayyed Hossein Mousavian, ex – membro do Conselho Secreto Nacional do Irã e aliado próximo ao presidente Rouhani, declarou: “Abordar um navio iraniano é um atalho (para a guerra).”
Mesmo que se tivesse evitado um tiroteio em água internacionais, a República Islâmica, ”retaliaria” e teria muitas opções para retaliar.
Por exemplo, as bases americanas no Bahrein e na Arábia Saudita, a frota americana no Golfo Pérsico, as refinarias de petróleo no Kuwait e na Arábia Saudita, etc
Você pode imaginar o que os EUA fariam, diante desses ataques que custariam muito caro em termos de dólares e soldados.
O ataque irresponsável poderia por o Irã em guerra não fora o providencial vazamento, que provocou seu abortamento.
Não é a primeira vez que o general Mattis quase provoca uma guerra de grandes proporções.
Durante o governo Obama, no qual ele dirigia o Comando Central das Forças Armadas dos EUA, supervisionando as guerras do Afeganistão e do Iraque, seis americanos foram mortos em lutas contra rebeldes à ocupação militar yankee. A ação foi atribuída aos shiitas do Hisbolá, grupo que conta com armas e treinamento do Irã.
Não sei se estava correto, uma vez que a maioria dos rebeldes eram iraquianos e não foi das maiores a participação dos guerreiros shiitas do Hisbolá, oriundos do Líbano.
Estas considerações não passaram pelo cérebro de Mattis, fixado na responsabilização do Hisbolá, do qual o Irã era cúmplice e colaborador.
O general propôs um pronto ataque a objetivos no território do Irã para vingar a morte dos soldados americanos e impor respeito à República iraniana.
As consequências desta ação bélica eram previsíveis: instalações militares do governo de Teerã danificadas, mortes e ferimentos de muitos dos seus militares e dos habitantes civis, destruição de casas…e uma violenta resposta iraniana contra alvos americanos no Oriente Médio.
Felizmente, Obama tinha bom senso e vetou a proposta exterminadora do general Mattis, salvando o Oriente Médio e talvez o mundo de uma guerra que ninguém queria. Para não correr mais riscos desta ordem, o presidente demitiu seu fogoso general.
Agora, o perigo de guerra ressurgiu com Mattis na secretária da Defesa. Seu conhecido ódio ao Irã, seu histórico de duas tentativas irrefletidas de atacar esse país, misturado ao temperamento violento e imaturo do presidente Trump, é uma fórmula de alto poder explosivo capaz de incendiar o Oriente Médio.