Quando Trump não fez besteira.

Depois de apresentar um ministério, que vai além das previsões mais aterradoras, Trump expeliu um conjunto de decisões e declarações pra lá de alarmantes.

No entanto, uma delas destoa: a retirada dos EUA do TPT (Tratado de Parceria Transpacífica). Embora haja quem critique essa postura presidencial, ela é pelo menos controvertida com argumentos válidos.

O TPT reuniria 12 países litorâneos do Oceano Pacífico (EUA, Nova Zelândia, Chile, México, Peru, Vietnã, Malásia, Canadá, Japão, Singapura e Brunei) num acordo de livre comércio.

Havia um claro objetivo do ex-presidente Obama de conquistar a hegemonia no Sul da Ásia, evitando a expansão da China com sua poderosa economia.

Entre outras figuras de expressão são contra o TPT o senador Bernie Sanders, ex-candidato à Casa Branca, e Tom Mulclair, possível vencedor das próximas eleições no Canadá.

Teme-se que empresas de grandes potências, como os EUA e o Japão, aproveitem a mão de obra barata e abundante na Índia, Indonésia, Brunei, México e outros. Com baixa folha salarial e isenção de taxas de importação, reduziriam seus custos de produção e concorreriam com vantagem contra as empresas de seus países de origem, que não investissem em algum país do TPT.

Com isso, a exportação de fábricas de multinacionais não valorizaria o salário dos empregados de países como o México, Indonésia, Peru e Índia.

É certo que, ao levar grandes multinacionais para países assim, o TPT iria criar muitos empregos para os trabalhadores locais. Mas de baixa remuneração, como as vigentes nos seus mercados.

O TPT é também criticado por, em certos casos, colocar as multinacionais acima de leis dos países onde se instalarem.

Se uma lei prejudica os negócios das multi, elas podem recorrer, solicitando que não seja aplicada no seu caso.

E tem mais: quem julga as demandas é uma junta formada por experts indicados pelas próprias empresas estrangeiras.

Ou seja, os interesses empresariais podem tornar sem efeito leis do país.

E lá se vai a soberania, que, pelo menos por enquanto, o Direito Internacional considera uma prerrogativa dos países independentes.

Evidentemente não é por sair do TPT que Trump deve exaltado.

Embora ele tenha chocado, ou mesmo assustado, as pessoas com um mínimo de consciência, não quer dizer que tudo que ele diz ou decreta seja bull sheet (merda de boi).

Alguma coisa (pouca) há de ser sensata.

Sair do TPT parece ser uma delas.

 

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