Pesquisa NBC/News publicada em 23 de fevereiro mostra uma surpresa.
Embora 61% contra 35% dos americanos continuem olhando os russos de olho torto, não se deve pular para conclusões apressadas.
Examinando os detalhes da pesquisa, descobrimos que desses 61%, somente 18% consideram os russos como inimigos.
Para os demais 43% restantes, a Rússia não é amiga dos EUA (como o são o Brasil, o México, por enquanto, o LÍbano e a Suécia, entre outros). Mas apenas 18% acham que Moscou é sim, um inimigo jurado da grande nação americana.
Quanto aos 35% simpáticos aos russos, 28% os chamam de amigos e 7%, de aliados.
Somando os números, vemos que nada menos do que 78% (43% Rússia não- amiga+ 28% Rússia amiga +7%, aliada) não estão atacados pela epidemia de russofobia.
Sim, porque não ser amigo de alguém não é o mesmo que ser inimigo dele.
Parece que a percepção dos políticos americanos das posições do seu povo é muito lenta, pois continuam no Congresso se revezando em ataques à Rússia (a grande ameaça) e em pregações por medidas americanas “mais duras” contra o sibilino Putin.
Outra revelação da pesquisa: o medo de uma nova guerra global é dominante na sociedade americana. Dois terços acham que nos próximos quatro anos o governo entrará numa destas paradas destrutivas, onde muitos dos “our boys” morreriam. 36% estão muito preocupados quanto a iminência de uma guerra e 30% não pensam muito nessa perspectiva.
Novamente os políticos ignoram os sentimentos do povo e vem clamando por intervenções militares e ações que poriam em risco uma nova guerra, além de distribuírem ameaças aos povos insubmissos ao diktat de Tio Sam.
Contrariando as tendências bélicas dos partidos e do Pentágono, a pesquisa mostra que 42% da população quer o governo menos ativo na área internacional, ao contrário de 35%, que pedem mais beligerância.
E tem mais: 49% acham que o uso pesado de forças militares criará mais ódio, gerando mais terrorismo.
Aqui vemos uma nova contestação do que dizem o governo, os políticos e do Pentágono, quando atribuem o embarque dos jovens muçulmanos na al Qaeda e quejandos ao fato de detestarem a democracia americana e a religião cristã. Jamais por terem suas cidades bombardeadas, suas casas demolidas, suas famílias assassinadas e suas nações ocupadas por forças do Ocidente.
Ainda assim, existe confiança na OTAN.
19% são favoráveis a ela e 42% são um pouco favoráveis.
E 80% a consideram uma “boa coisa” (a good thing).
Duvido que um número substancial de parlamentares aprendam algo com esta pesquisa. Eles não tem por costume levar em conta o que seu povo pensa.
Preferem dar atenção aos seus cabos eleitorais, ao establishment dos seus partido, à mídia de suas regiões e ,principalmente , aos lobbies das corporações e dos que defendem países estrangeiros, dos quais a AIPAC (associação pró-Israel) é o mais poderoso.
Deles partem as grandes doações às campanhas eleitorais dos candidatos, que os amarram aos interesses dos grupos que representam.