A reunião de Istambul para discussão do problema nuclear iraniano foi surpreendentemente positiva.
Havia sido divulgado off the records que o Ocidente seria implacável, fazendo exigências que o Irã jamais aceitaria.
Não foi bem assim.
As partes portaram-se de modo construtivo, buscando encontrar pontos em comum que permitissem, em reuniões posteriores, chegar a um consenso.
Ou fechar as janelas de vez, ameaça tão mencionada por Obama e Hillary Clinton.
Para Catherine Ashton, Chefe de Relações Internacionais da Europa Unida, a reunião foi um passo para “um processo sustentado de sérios diálogos.” Ela afirmou: ”Esperamos que em novas reuniões chegaremos a passos concretos de uma solução negociada completa, que restaure a confiança internacional na natureza exclusivamente pacífica do programa nuclear iraniano.”
Grande alívio em Teerã!
A manchete do jornal Iran Daily de domingo foi : “A Europa Unida reafirma os direitos nucleares de Teerã.”
O jornal Teheran Times citou Jalil, o chefe da delegação do Irã: “Houve diferenças de opinião…Mas os pontos em que concordamos foram muito importantes.”
De um modo geral, os diplomatas ouvidos pela imprensa mundial não soltaram rojões, mas se mostraram bastante satisfeitos com os progressos alcançados e, especialmente, com a mudança de atitude dos representantes do Irã em relação à última e malograda reunião, 15 meses atrás.
Naquela ocasião, os iranianos mostraram-se intransigentes. Agora, estiveram abertos, sem pré-condições.
Por sua vez, segundo a imprensa do Irã, o Ocidente, pelo menos em princípio, aceitou o direito iraniano ao enriquecimento do urânio, que lhe é garantido pelo Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares. Não podia agir diferente. Afinal, lei é lei, embora nem sempre isso seja reconhecido nas relações internacionais. Podemos considerar a reunião de Istambul como uma preliminar bem sucedida do grande jogo que se desenrolará no dia 23 de maio, em Bagdá, na reunião das potências ocidentais, mais a China , a Rússia (o chamado P+5) e o Irã .
Quem não gostou nada do resultado desta negociação inicial foi o premier “Bibi” Netanyahu.
Ele estava eufórico, na semana anterior.
Parecia que tudo estava combinado com o Ocidente.
Seus representantes Iriam exigir o fim do enriquecimento do urânio, a entrega do estoque enriquecido para alguma entidade a se determinar e a destruição da usina subterrânea de Fordow. Em suma: rendição total.
Nada disso aconteceu.
Furioso, Bibi declarou que o Irã estava conseguindo ganhar tempo para continuar seu programa nuclear militar (inexistente segundo o Mossad e 16 agências de inteligência americanas). Que o Ocidente tinha perdido uma excelente oportunidade para justificar mais sanções contra os iranianos.
Pressuroso, Obama, de Cartagena, onde estava ouvindo reclamações do seu antigo quintal latino-americano, anunciou que uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Ou seja: apesar das conversações de paz serem adiadas para 23 de maio, nem por isso os EUA deixariam de lançar novos castigos contra os audaciosos iranianos.
mente positiva.
Havia sido divulgado off the records que o Ocidente seria implacável, fazendo exigências que o Irã jamais aceitaria.
Não foi bem assim.
As partes portaram-se de modo construtivo, buscando encontrar pontos em comum que permitissem, em reuniões posteriores, chegar a um consenso.
Ou fechar as janelas de vez, ameaça tão mencionada por Obama e Hillary Clinton.
Para Catherine Ashton, Chefe de Relações Internacionais da Europa Unida, a reunião foi um passo para “um processo sustentado de sérios diálogos.” Ela afirmou: ”Esperamos que em novas reuniões chegaremos a passos concretos de uma solução negociada completa, que restaure a confiança internacional na natureza exclusivamente pacífica do programa nuclear iraniano.”
Grande alívio em Teerã!
A manchete do jornal Iran Daily de domingo foi : “A Europa Unida reafirma os direitos nucleares de Teerã.”
O jornal Teheran Times citou Jalil, o chefe da delegação do Irã: “Houve diferenças de opinião…Mas os pontos em que concordamos foram muito importantes.”
De um modo geral, os diplomatas ouvidos pela imprensa mundial não soltaram rojões, mas se mostraram bastante satisfeitos com os progressos alcançados e, especialmente, com a mudança de atitude dos representantes do Irã em relação à última e malograda reunião, 15 meses atrás.
Naquela ocasião, os iranianos mostraram-se intransigentes. Agora, estiveram abertos, sem pré-condições.
Por sua vez, segundo a imprensa do Irã, o Ocidente, pelo menos em princípio, aceitou o direito iraniano ao enriquecimento do urânio, que lhe é garantido pelo Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares. Não podia agir diferente. Afinal, lei é lei, embora nem sempre isso seja reconhecido nas relações internacionais. Podemos considerar a reunião de Istambul como uma preliminar bem sucedida do grande jogo que se desenrolará no dia 23 de maio, em Bagdá, na reunião das potências ocidentais, mais a China , a Rússia (o chamado P+5) e o Irã .
Quem não gostou nada do resultado desta negociação inicial foi o premier “Bibi” Netanyahu.
Ele estava eufórico, na semana anterior.
Parecia que tudo estava combinado com o Ocidente.
Seus representantes Iriam exigir o fim do enriquecimento do urânio, a entrega do estoque enriquecido para alguma entidade a se determinar e a destruição da usina subterrânea de Fordow. Em suma: rendição total.
Nada disso aconteceu.
Furioso, Bibi declarou que o Irã estava conseguindo ganhar tempo para continuar seu programa nuclear militar (inexistente segundo o Mossad e 16 agências de inteligência americanas). Que o Ocidente tinha perdido uma excelente oportunidade para justificar mais sanções contra os iranianos.
Pressuroso, Obama, de Cartagena, onde estava ouvindo reclamações do seu antigo quintal latino-americano, anunciou que uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Ou seja: apesar das conversações de paz serem adiadas para 23 de maio, nem por isso os EUA deixariam de lançar novos castigos contra os audaciosos iranianos.