Israel indiferente a violências contra palestinos na Margem Oeste.

Israel se apresentou como protetora dos palestinos na reunião dos doadores à Palestina, em Bruxelas, relacionando uma série de medidas que teria realizado para ajudar a região ocupada e concluindo que, apesar disso, ela ainda não tem condições administrativas e econômicas para ser independente.

Enquanto isso, habitantes dos assentamentos na Margem Oeste promovem uma campanha sistemática de violências contra os agricultores palestinos, suas famílias e crianças.

E Israel fecha os olhos.

Esta é uma informação insuspeita de 2 relatórios especiais de enviados da Europa Unida à região.

Eles contabilizaram 411 ataques de judeus dos assentamentos em 2011, resultando em palestinos feridos gravemente e elevados danos às suas propriedades. A violência triplicou em relação a 2009, quando houve 132 ataques.

Cerca de 10.000 oliveiras foram destruídas no ano passado. As crianças palestinas são apedrejadas quando vão para a escola. E os pastores e agricultores são rotineiramente objeto de agressões.

Para avaliar o interesse com que as autoridades israelenses atenderam às reclamações dos palestinos, os números seguintes falam por si.

Nos últimos anos, mais de 90% das queixas monitoradas levadas às autoridades israelenses foram encerradas sem ninguém ser sequer indiciado.

Como não são punidos, os habitantes dos assentamentos judaicos sentem-se estimulados a praticar atos cada vez mais violentos.

Quando os palestinos retaliam as agressões sofridas, o exército israelense intervém prontamente para prender e punir os culpados.

Diante desses fatos, o relatório dos enviados da Europa Unida comenta: “Proteção discriminatória e privilégios para os moradores dos assentamentos judaicos completam os abusos e criam um quadro no qual os moradores dos assentamentos podem agir com aparente impunidade.”

Os enviados da Europa Unida informam também, de acordo com fontes israelenses, que a campanha de violências é dirigida por 100 líderes dos assentamentos.

Por fim, propõem que, além da Europa Unida deplorar as violências e pedir explicações a Israel, os 100 líderes  das agressões contra os palestinos, sejam colocados na lista negra dos países europeus e proibidos de viajarem para qualquer deles.

Difícil dizer se o governo israelense fecha os olhos ou apoia o que os moradores dos seus assentamentos estão fazendo na Margem Oeste.

Temos de admitir que a ação de Israel, particularmente no governo Netanyahu, tem por objetivo tornar muito difícil a vida dos árabes, tanto na própria Israel, quanto na Margem Oeste.

Está claro que gostaria de vê-los pelas costas.

Mesmo que a gente ache que o governo não é responsável direto pela ação criminosa dos 100 chefes dos assentamentos e seus liderados, não pode alegar que não sabia.

Deixar de reprimir esse pessoal violento, quando tem poder e obrigação de fazer isso, é no mínimo cumplicidade.  Cumplicidade, em todo o mundo civilizado, é crime.

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