Guantánamo: greve de fome por direitos humanos.

Mais de 100 presos em Guantánamo estão em greve de fome.

O comandante do presídio inicialmente declarou que eram apenas 8. Agora, já admite que são 24.

Seja lá quantos forem, o fato é que a greve de fome existe em protesto contra maus tratos, a retirada dos exemplares do Alcorão dos presos e sua permanência em prisão indefinida, sem julgamento.

As autoridades de Guantánamo negam tudo.

Difícil de acreditar nelas.

Por que o Pentágono não permite a entrada do relator de direitos humanos da ONU para verificar as condições da prisão?

Por que acabou com o único voo civil para a base, dificultando a viagem de advogados dos presos que agora precisam depender de aviões militares?

Relatórios da Cruz Vermelha e até do FBI (em 2007) reportaram torturas e abusos impostos aos presos.

No momento, eles são cerca de 170.

A metade já foi inocentada.

Muitos desses homens estão presos há já 11 anos.

Permanecem privados da liberdade porque o governo não sabe para onde mandá-los.

Nem se importa muito pois acabou de fechar um departamento encarregado de encontrar países que possam receber estes homens.

Nos EUA seria impossível, pois o Congresso já decretou que o governo não pode transferir presos de Guantánamo para o país.

Na ocasião, Obama manifestou-se contra.

Isso não o impediu de assinar o projeto que foi assim convertido em lei.

Inicialmente até que Obama ameaçou vetar.

Acabou preferindo submeter-se para evitar uma briga com o War Party– os militares e seus representantes no Legislativo.

Sua rendição parece cada vez mais ampla.

Apesar de anualmente garantir que ainda pretende fechar Guantánamo, tomou uma medida que aponta para sua continuidade a longo prazo: vai investir 150 milhões de dólares na modernização das instalações do presídio.

Enquanto isso, seu governo continuará a exigir respeito aos direitos humanos por outros países.

Por coincidência, aqueles que não são amigos.

 

 

 

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