Esperanças palestinas na paz de Trump novamente abaladas.

As dúvidas se agigantaram depois do vazamento das ideias principais do plano Trump, a chamada “solução final” do problema palestino.

Agora, surgem novas evidências de que nem ele, nem o premier Netanyhau aceitarão uma Palestina independente e viável.

Desde os tempos de Bill Clinton, os EUA mantiveram sua embaixada em Telaviv. Foi revelado que The Donald deve anular essa política. Ele pretende anunciar em 6 dezembro a mudança da embaixada americana para Jerusalém.

Na prática, os EUA estariam reconhecendo Jerusalém como capital de Israel.

Isso é inaceitável para os palestinos que reivindicam a divisão da cidade, tornando Jerusalém Oriental a capital da futura Palestina independente, como foi decidido pela ONU.

Os dirigentes palestinos reagiram.

“O reconhecimento americano de Jerusalém como capital de Israel destrói o processo de paz”, declarou o porta-voz de Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestina.

Saeb Erekat, secretário-geral da PLO (central dos movimentos palestinos), também protestou: “Jerusalém é a linha vermelha, não apenas para os palestinos como também para os árabes, muçulmanos e cristãos de toda a parte (al Jazeera, 2-11).”

Mais uma vez a credibilidade de Trump como mediador neutro foi para o espaço.

Que Netanyahu não admite uma Palestina independente e viável parece claro.

Ficou ainda mais evidente depois do Times of Israel de 7 de novembro publicar declarações do insuspeito John Kerry.

O ex-secretário de Estado no governo Obama acusou o governo de Telaviv de resistir ao estabelecimento do Estado palestino, criando obstáculos ao processo de paz.

Kerry ainda advertiu os israelenses de que, se não mudarem de posição, não haveria progresso nas negociações da paz, o que causaria uma violenta revolta dos palestinos.

O político americano fez questão de salientar aa ações positivas da Autoridade Palestina, durante a onda de atentados à faca em 2015: “Os palestinos tem feito um extraordinário trabalho, mantendo seu compromisso com a não-violência .E, de fato, quanto aconteceu a intifada (ataques à faca) eles pregaram a não-violência na Margem Oeste (Cisjordânia). ”E acrescentou: ”Se você ver 40 mil jovens marchando até o muro (erguido para separar Israel da Cisjordânia), com cartazes dizendo ‘dê-nos direitos “, quero dizer, não penso que a Palestina vai ficar sempre imune aos movimentos de direitos civis que tem aparecido em nações de todo o mundo.”

Do que depender de Trompa e Netanyahu não vai acontecer nada.

Fico me perguntando…

Depois das leis que o Congresso  faz especialmente para defender os interesses de Israel, mesmo contra justos direitos dos palestinos…Depois de tantos presidentes, por ação ou omissão, favorecerem Telaviv nos conflitos da Palestina…

Até quando Abbas e os palestinos continuarão acreditando que virá dos EUA a solução dos seus problemas?

Acho que já demorou demais.

Está na hora do movimento palestino procurar a justiça de outros modos.

Espero que não seja através da violência.

 

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