Crise dos grampos chega à China.

No dia 13 de junho, manifestantes dos movimentos pró-democracia de Hong-Kong marcharam até o consulado americano, protestando contra as ameaças de extradição de Edward Snowden, o denunciante dos grampos.

“Devemos protegê-lo”, disse seu porta voz, Tom Grundy, “estamos apelando ao governo de Hong- Kong para que defenda a liberdade de expressão”.

A opinião pública local parece estar fervendo com as declarações que Snowden fez ao South China Morning Post, acusando os programas de vigilância americanos de invasão dos computadores de Hong- Kong, inclusive do governo, universidade, empresas e estudantes.

Na ocasião, ele mostrou documentos que, no entanto, não puderam ter sua validade devidamente examinada.

A “Aliança Democrática para o Progresso e Melhorias de Hong- Kong”, maior partido local, soltou um manifesto, exigindo explicações do governo americano e que, caso estivesse monitorando os computadores da China, interrompesse imediatamente essa ação.

O governo de Beijing não se manifestou, mas a imprensa oficial vem protestando energicamente.

Segundo informantes locais, a Casa Branca está pressionando Hong- Kong para conceder a extradição do incômodo denunciante das mazelas da espionagem yankee.

Mesmo que tenha êxito, o processo é demorado e o governo chinês tem poderes para vetar uma decisão contra Snowden.

O ruído maior causado pelas denúncias feitas na entrevista deve acontecer na área diplomática.

A Casa Branca acusou hackers apoiados pelo governo chinês de promoverem ataques cibernéticos para roubar segredos comerciais e militares dos EUA.

Beijing respondeu que o contrário é que estaria acontecendo, detonando um confronto entre os dois países.

Tudo parecia ter sido resolvido num encontro entre Obama e Xi Jinping.

Mas sujou, depois da denúncia de que uma agência do governo americano estava grampeando maciçamente instituições e pessoas da China.

O silêncio de Beijing parece estranho, presságio de uma reação possivelmente severa.

Havendo protestos, será engraçado ver os chineses ensinarem aos EUA respeito à privacidade, um princípio de toda Constituição democrática.

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