Sempre preocupado em proteger Israel incondicionalmente, o Congresso dos EUA aprovou emenda visando o BDS.
O BDS, Boicote Sanções e Desinvestimentos, é um movimento de boicote dos produtos e serviços de Israel, além de contactos científicos, culturais, artísticos e esportivos, enquanto continuar a ocupação da Palestina e a expansão dos assentamentos.
Foi um verdadeiro jabuti, introduzido na lei que autoriza o presidente a concluir o Acordo de Parceria Trans-Pacifico (TTA), que objetiva reger os negócios entre EUA e Europa.
A emenda Instrui os diplomatas americanos que discutirão o TTA a se oporem a qualquer boicote de Israel ou de pessoas de “territórios controlados por Israel” por parte dos países, instituições e empresas do Velho Mundo.
É pois uma investida contra o BDS, tentando identificar o boicote aos assentamentos com uma guerra econômica contra o próprio Estado de Israel.
O governo de Telaviv está muito preocupado com a expansão do BDS.
A última adesão veio ainda nesta semana, pela Igreja Unida de Cristo, uma seita protestante americana com cerca de um milhão de fiéis.
No seu Sínodo Geral, foi aprovado o desinvestimento dos fundos da igreja em firmas que atuam nos assentamentos.
O BDS ganhou de goleada: 508 votos, contra 124.
Está ganhando também na Europa.
A União Européia e os tribunais dos países membros vem tomando medidas cada vez mais restritivas dos negócios com os assentamentos.
A emenda do Congresso seria uma arma poderosa para barrar essa onda.
Mas o presidente Obama, através do Departamento de Estado, acabou com a alegria do governo de Israel e dos seus incondicionais seguidores nos EUA.
Num comunicado, esclareceu que sua oposição a boicotes contra Israel não se estendia a seus assentamentos na Cisjordânia e Jerusalém.
“O governo dos EUA nunca defendeu ou apoiou os assentamentos de Israel ou atividades associadas a eles e, por extensão, não atua em favor de políticas ou atividades que possam legitimá-los.”
É mais uma escaramuça na guerra que se esboça entre Obama e um congresso republicano, 100% pró-governo Netanyahu.