O povo americano ainda não decidiu se aprova ou não o acordo nuclear com o Irã.
Pesquisas recentes mostram maiorias com posições opostas.
A Pew Research Center revela que entre as pessoas que ouviram falar do acordo(79% da amostragem) , o “não” ganha por 48% x 38%.
Já a pesquisa Washington Post/ABC aponta o contrária: 58% aprovam, contra a opinião de 37%.
Uma explicação dessa contradição é a forma com que a pergunta é feita.
Enquanto a Pew apenas quer saber se o entrevistado e a favor ou não do acordo, a pesquisa Washington/Post explica primeiro os pontos principais do texto aprovado pelos P+5 e o Irã, para somente depois formular a pergunta.
Certos analistas acham que, quanto mais a pessoa for informada, maiores serão as chance dela achar o acordo uma boa solução.
É uma hipótese otimista, pois, com a maciça campanha de propaganda dos lobbies pró-israel, o povo americano está sendo bombardeado com uma explicação facciosa do acordo, profundamente negativa.
Somando a isso a maior presença dos líderes anti-acordo na imprensa, a campanha de 20 a 40 milhões de dólares já está dando certo. De dia para dia, nota-se um aumento da rejeição.
No entanto, essa tendência pode ser invertida.
O presidente Obama acaba de fazer um fortíssimo pronunciamento, defendendo o acordo e criticando seus adversários, considerado bastante eficiente pelos homens de comunicação.
E a JStreet, organização judaica progressista e pró-acordo, anunciou que sua campanha de propaganda foi reforçada por doações que elevaram a verba disponível de 2 milhões para 5 milhões de dólares.
Acho que os apelos republicanos estão sendo aceitos porque caem bem no terreno da desconfiança geral quanto aos iranianos.
Mas Obama e os seus tem bons argumentos para defender sua posição, especialmente o fantasma da guerra que garantem virá no caso de uma vitória da oposição.
Aparentemente, a questão se resume em confiar em Obama, mais do que se desconfia dos iranianos.