EUA e Rússia vem fazendo declarações, alertando os israelenses sobre a inconveniência de um ataque ao Irã.
Isso irritou o belicoso Avigdor Lieberman, Ministro das Relações Exteriores de Israel. Ele declarou em alto e bom som que a decisão de Israel “não é da conta deles.”
Com isso, ele desmentiu reiteradas afirmações de generais e ministros israelenses, especialmente do primeiro ministro Netanyahu, de que o Irã não é um problema só de Israel, mas de todo o mundo.
Se é um problema de todos, é da conta de todos, portanto ,não só EUA e Rússia, como qualquer outra nação tem direito de solicitar a Telaviv que se contenha e deixe seus aviões em terra.
O que não me parece lícito é que Israel mude sua opinião quanto a essa questão, conforme seus interesses.
Falando sério, a guerra do Irã é um problema mundial, sim, mas não no sentido que Israel quer lhe dar.
Para Telaviv, os aiatolás são tão fanáticos e irresponsáveis que, tendo bombas nucleares, poderiam, por algum motivo absurdo, bombardear qualquer cidade do mundo, desde Nova Iorque até a capital das ilhas Fidji.
Isso é uma apreciação meramente subjetiva. O general Allen, Chefe do Estado Maior das forças americanas, não concorda. Declarou Teerã “um protagonista racional”, no teatro do mundo.
O general tem razão. Desde seu início, 1979, a República Islâmica do Irã não atacou um único país. Pelo contrário: foi atacado pelo Iraque de Sadam Hussein (com apoio dos EUA).
O mesmo Israel, cuja “racionalidade” ainda não foi contestada, já atacou e ocupou o Líbano, várias vezes, bem como a Faixa de Gaza, onde matou mais de 1.500 civis.
Portanto, não é por aí que se pode considerar o problema nuclear iraniano como universal.
É, sim, pelo ataque que Israel poderá mover a Teerã, o qual, conforme os especialistas, iria gerar uma guerra, que incendiaria o Oriente Médio e poria o preço do petróleo nas alturas, arruinando parte dos países europeus, ameaçando a frágil recuperação americana e lesando as economias de praticamente todos os países do mundo.