A BBC pisou na bola.

A ínclita BBC publicou no fim da semana passada, no seu website, a foto de uma criança pulando sobre uma fila de centenas corpos de pessoas mortas.

O título que a acompanhava era: “O massacre da Síria em Houla é condenado, enquanto o escândalo cresce.”

O texto procurava comprometer o governo sírio com o massacre, um dos mais terríveis e mortíferos eventos da guerra civil, que vitimou inclusive dezenas de crianças, provocando horror em todo o mundo.

Sucede que a foto fora tirada, não na Síria em 2012, mas no Iraque, em 2003. Quem descobriu a burla foi seu autor, o fotógrafo Marco di Lauro, que já a havia publicado nos EUA e na Europa, há anos atrás.

Em entrevista ao jornal inglês Daily Telegraph, ele declarou: ”O que me deixa realmente espantado é que uma organização de notícias como a BBC não cheque suas fontes e esteja disposta a publicar qualquer foto que lhe seja enviada por qualquer ativista, jornalista, ou quem quer que seja.”

A verdade é que como a BBC, solidária ao Ocidente, é contra o governo sírio, alargou o filtro que deve aprovar as fotos e notícias que chegam a ela.

O resultado é que, aparentemente, a BBC tenderia a aceitar com mais facilidade tudo que gostaria que fosse verdade.

Claro que a imprensa tem direito de tomar posição.

Mas não o de adulterar as notícias para convencer o público das idéias que quer passar.

Nem mesmo de não ser rigorosa na seleção dos fatos que publica, de modo a evitar enganos.

O chato é que a BBC sempre foi modelo da mais extrema ética jornalística.

Deveríamos prever que com Blair, e agora Cameron, isso poderia mudar.

 

 

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