Recente relatório do Talibã (The Diplomat, 29 de março) revela que o grupo controlaria atualmente 34 distritos do Afeganistão e disputaria o domínio de 167, tendo uma presença significativa em 52, mínima em 6 e está fora de 89 distritos.
Os dados dos EUA divergem.
Reente relatório do Inspetor Geral da Reconstrução do Afeganistão- o SIGAR- (Antiwar, 29 de março) informava que 83 distritos estariam sob o controle do governo de Cabul e em 150 a influência das autoridades legais seria considerável.
Para o SIGAR, os talibãs mandariam em 9 distritos, exerceriam muita influência em 32 e em 133 disputariam o controle com as forças do governo e dos EUA.
Considerando que o Afeganistão tem 398 distritos, o governo afegão controla totalmente somente 20,8% do território nacional.
Os dados mostram também que, atualmente, o Talibã domina mais territórios do que em qualquer momento, desde a invasão e ocupação do país em 2001.
Esta situação, descrita pelo general Nicholson, comandante americano na região, como um “impasse”, levou o Pentágono a optar pelo envio de uma força estimada entre cinco mil e 10 mil soldados.
Provavelmente, não será mais empregado o eufemismo na descrição dessas tropas de combate como destinadas apenas ao treinamento das forças afegãs.
O envolvimento ativo do exército americano na guerra tende a ser mais efetivo e sempre crescente.
Com o reforço, possivelmente, o avanço dos talibãs será detido ou pelo menos limitado.
Não deve ser suficiente para conseguir o que não conseguiu o exército de 100 mil soldados que os EUA já mantiveram no Afeganistão.
Os EUA não esperam que o Talibã seja derrotado decisivamente.
Esse “impasse” deve continuar por período indefinido, sugando milhares de vidas afegãs e americanas, além de muitos bilhões de dólares pagos pelos contribuintes.
Enfim, muito barulho por nada.