Xenofobia inglesa assusta.

Com o BREXIT, os conservadores ingleses estão mostrando sua verdadeira face.

Primeiro escolheram como líder e primeiro-ministro a Sra.Teresa May, notória defensora da saída inglesa da União Europeia.

Como secretária do Interior do governo Cameron, ela já tinha mostrado suas ideias linha-dura, que a qualificam como uma segunda Margareth Thatcher.

Livre das amarras humanistas que prendiam seu país à União Europeia, ela começou declarando seu país fora da Convenção de Direitos Humanos europeia.

Segundo sua apresentação na recente Conferência do Partido Conservador, os militares ingleses não estarão mais sujeitos à punição por infrações aos Direitos Humanos, como vinha acontecendo no país.

Depois de mostrar seu lado desumano, o governo May mostrou ser também xenófobo,

Através da secretária do Interior, Amber Rudd, o governo propôs que se encorajasse os empresários  a admitirem funcionários ingleses.

Informou que estaria em estudos medidas para levar as empresas a elaborarem listas de funcionários estrangeiros, tendo em vista sua substituição – talvez  gradativa- por funcionários ingleses.

A Sra.Rudd suavizou sua ideia, insistindo que “não era algo que definitivamente resolvemos fazer”.

Mas deixou claro que bem poderia ser implantado, depois de discussões.

Chocado com a apresentação da Sra.Rudd, Tim Farron, líder dos liberais-democratas, chamou as novas propostas de “uma política mesquinha e nojenta, que merece ser jogada numa lata de lixo.

Mas, Teresa May não seguiu seu conselho.

Pelo contrário reforçou o caráter xenófobo do seu governo como fez no programa BBC Breakfast.

Perguntada se ela garantia a permanência dos médicos estrangeiros no Serviço de Saúde Inglesa, ela respondeu de modo ambíguo: “Sim. Teremos aqui equipes (médicas) do exterior num período interin,o até que, mais tarde, existir um número suficiente de médicos ingleses capazes de serem treinados e ingressarem no serviço em condições de serem capazes de trabalharem em nossos hospitais.”

Portanto, quando essa data chegasse, os médicos estrangeiros seriam despedidos – talvez com um agradecimento da primeiro- ministro ou mesmo uma medalha – e encaminhados para as filas dos desempregados ou talvez de volta a seus países de origem.

Todas estas propostas são claramente xenófobas, com grandes chances de serem adotadas por figuras como madame Le Pen e Nigel Farage (UKIP), caso seus partidos de extrema-direita racista cheguem ao poder.

Novamente vozes de ingleses que prezam as tradições liberais e igualitárias do Reino Unido se fizeram ouvir.

Nicola Sturgeon, a primeiro-ministro da Escócia, escreveu no Tweeter: “A arrogância destas decisões do governo do Reino Unido é espantosa…como se ele estivesse fazendo um favor a esses doutores, permitindo que ganhem a vida aqui. ”

A parlamentar trabalhista Tulip Siddiqrs comparou a nova política ao controverso “vão pra casa vans” (apelido depreciativo) infringido aos imigrantes ilegais- lançado por Teresa May quando era secretária do Interior – descrevendo-a como ”vergonhosa e perigosa”.

Até uma conservadora, a parlamentar Sarah Wallonston, embora aplaudindo o aumento dos centros de treinamento hospitalar de novos médicos, tuitou que “ seria melhor para Teresa May que ela inequivocamente recebesse bem nossas valiosas equipes de saúde do exterior. Todos nós nos beneficiamos dos seus talentos. ”

A gente pergunta, o que estarão estas pessoas fazendo na  Inglaterra da Magna Carta, primeira lei protegendo os cidadãos contra as exações reais; de Darwin; de Florence Nightingale; de Bertrand Russell e de tantos outros que tanto fizeram pela humanidade?

Ao assistir pela TV estes devastadores pronunciamentos de Teresa May e seguidores, pareceu-me sentir ao longe a aproximação de botas pesadas martelando as ruas, ao som do “Horst Wesell Lieb” daqueles grupos conscientes ou não da perversidade intrínseca da xenofobia.

 

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