O bilionário novaiorquino praticamente já é o candidato republicano a suceder a Obama.
Como agora ele vai precisar do eleitorado dos seus concorrentes no partido republicano, Trump precisa agradá-los.
É hora portanto do antes destemperado e audacioso político, que não temia desagradar o público, rever seus conceitos.
Começou abraçando uma tese do derrotado Ted Cruz, que ele durante a campanha contrariava: o apoio total a Israel, durante uma controvérsia com os palestinos.
Num dos seus “aqueles dias”, Donald afirmou que seria neutro entre os dois antagonistas.
Choveram as críticas sobre ele, destacando-se o ex postulante Cruz e a democrata Hillary Clinton, fiéis vassalos do premier israelense Bibi Netanyahu.
Trump não se tocou, ficou firme na sua posição.
Agora postulante e não mais aspirante, o show man republicano não hesitou em virar-casaca.
Afirmou que amava Israel, estaria sempre, 100%, forever, com a política de Telaviv. Um país eternamente sujeito a bombardeios de mísseis e foguetes (?) merecia ser defendido incondicionalmente…
Por fim, ele chegou a uma posição mais chocante ao apoiar os assentamentos judaicos na Palestina, repudiados por toda comunidade Internacional, até mesmo pelos EUA.
É consenso no Ocidente inteiro que esses assentamentos, um verdadeiro ni touche pas freudian, são, nada mais nada menos, o principal obstáculo à paz entre Israel e palestinos.
Se Trump mudou de idéias por conveniências, Cameron não mudou de idéias sobre Trump, apesar das conveniências.
O primeiro-ministro inglês não gostou nada de Trump defender a proibição de entrada de muçulmanos nos EUA.
Depois de um gole do seu uísque de 60 anos, ele qualificou o republicano como divisionista, estúpido e errado.
Seus assessores imediatamente arrancaram os cabelos. E se esse cara se eleger presidente dos EUA ? Como é que fica? Você tem de se desdizer.
Forget it, cortou Cameron.
Um primeiro-ministro de Sua Majestade nunca volta atrás.
No máximo, Cameron admitiu que respeita o republicano por ter vencido uma campanha tão árdua.