Desconfiado do acordo nuclear com as grandes potências, o aiatolá Kamenei, Supremo Líder do Irã, alertou contra as ameaças vindas dos EUA, agora mais presentes do que nunca.
Foi o bastante, para os numerosos linhas-duras da política local providenciarem uma série de prisões de jornalistas, inclusive dois conhecidos reformistas, além de dois poetas e um cineasta, por sinal de renome internacional, com prêmios ganhos em festivais europeus.
Rouhani reagiu em cima.
Numa reunião do seu gabinete, ele afirmou: “Não devemos deter uma ou duas pessoas, aqui e ali, por exageramos as coisas, falando que há no momento uma infiltração dos EUA no Irã.”
Deixou claro esperar que o país entenda que não é permissível abusar das declarações de Kamenei em função de interesses de pessoas, grupos e facções.
Este episódio mostra a força dos grupos conservadores, que se opõem à modernização e democratização do Irã, objetivadas pelo presidente Rouhani.
Eles são muito fortes na Justiça, no Parlamento, na Guarda Revolucionária e nos diversos conselhos religiosos também detentores de poderes políticos.
Sem falar no próprio Kamenei, que, visivelmente, engole as idéias de abertura de Rouhani muito a contragosto.
O presidente precisa de muita habilidade e , especialmente, de mais força para encarar essa legião de fanáticos indivíduos de mentalidade medieval.
Caso vença a eleições parlamentares marcadas para fevereiro, ele terá melhores chances de vencer essa barreira para poder fazer o Irã avançar com rapidez.