Seja por medo de concorrência nos empregos que rareiam, seja por xenofobia, a aversão aos migrantes é muito forte na Europa.
Não é a toa que, em todo o continente, partidos racistas estão em contínua ascenção.
Na França, eles lideram as pesquisas eleitorais.
No Reino Unido, o primeiro-ministro Cameron defende controles rígidos da imigração e até há pouco tempo o Partido Trabalhista passava de leve no assunto.
Na Alemanha, na Itália, em toda parte, os partidos que pregam contra a imigração ganham cada vez mais partidários.
Também o povo austríaco teme o crescimento da imigração.
Mas ele não tratou com hostilidade essa nova onde de refugiados da Ásia e da África.Ao contrário do que fizeram os húngaros, croatas e até mesmo os poloneses. Apesar da Polônia ser profundamente católico, o líder de um movimento dessa religião contestou os apelos do papa Francisco para que o país aceitasse sua quota de refugiados.
Os austríacos estão agindo de modo diferente: doaram roupas e alimentos, receberam os refugiados com flores e simpatia.
E nas eleições municipais da cidade de Viena, derrotaram o racista e anti-migração Partido da Liberdade (ironia chocante), reelegendo o Partido Social-Democrata, no poder em Viena desde o fim da guerra, por 39% contra 31% dos votos.
O governo de coalizão com o partido dos verdes, que teve 21% dos votos, deve continuar fiel à idéia de que os refugiados, sendo seres humanos, devem ser tratados com humanidade.