Quando a Palestina pediu que a ONU a reconhecesse como estado independente, Obama e a Comunidade Europeia foram contra. Não contra a independência, esclareceram, mas contra a forma. Ela deveria, sim, ser resultado de negociações entre as partes.
Derrotados no Conselho de Segurança, os palestinos resolveram aceitar a proposta ocidental.
Reuniram-se com os israelenses para preparar uma conferência “de alto nível”, entre as partes.
Não deu certo.
Mahmoud Abbas, Presidente da Autoridade Palestina, comunicou oficialmente no dia 24 de janeiro que a intransigência israelense impedia qualquer progresso no caminho das negociações.
Não aceitavam nada.
Em outubro, Tony Blair, representante do Quarteto do Oriente Médio (EUA, ONU, Rússia e Comunidade Europeia) havia dado um prazo até 26 de janeiro para que as partes apresentassem propostas.
Os israelenses negaram-se. Pouco tempo. Afinal a implementação da “ solução dos 2 estados” independentes, estava sendo discutida somente desde 1993, partir dos acordos de Oslo… Melhor esperar até, digamos, abril.
Por sua vez, os palestinos apresentaram suas condições para se dar início aos trabalhos.
Eram exatamente as mesmas propostas do presidente Obama em 2011: aceitavam as fronteiras existentes em 1967, como base para as negociações. Ou seja, admitiam que pudessem ser feitas alterações, como o presidente americano explicou na reunião da AIPAC (o mais poderoso lobby judaico-americano). E, é claro, a interrupção dos assentamentos judaicos na Margem Oeste e em Jerusalém Oriental, como a ONU e toda a comunidade internacional queriam.
E Israel, novamente disse “não”.
O governo Netanyahu deixou bem claro, mais uma vez, sua estratégia de adiar sempre as discussões do problema, enquanto seus assentamentos avançam pela Margem Oeste e Jerusalém Oriental, até tornarem inviável a existência de uma Palestina independente.
Comentando o episódio, um membro da delegação palestina falou: Para nós, acabou…Israel preferiu os assentamentos em vez da paz.”
Anteriormente, Mahmoud Abbas havia prevenido que usaria outros meios para isolar Israel, caso as negociações falhassem.
Especula-se que, agora, ele cogita de retornar à ONU, pedindo o reconhecimento do estado Palestino, uma vez que ficou provado a falta de interesse de Israel em discutir a paz. Além disso, ele pediria à Corte Criminal Internacional de Justiça, a investigação das denúncias de crimes de guerra que teriam sido cometidos pelo exército de Israel durante a invasão da Faixa de Gaza, em2008
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