Caetano e Gil contra os palestinos.

“Em situações de opressão, a neutralidade significa tomar o lado do opressor”.

Esta frase do bispo Desmond Tutu vem na carta com que tentou convencer Caetano Veloso e Gilberto Gil a recusar-se a cantar em Telaviv, aderindo ao boicote contra Israel.

Tutu, premio Nobel da Paz, foi um dos principais líderes da luta anti-apartheid na África do Sul.

Nada adiantou.

Eles não atenderam, como não atenderam a dezenas de outros apelos feitos por Paulo Sergio Pinheiro, ex-ministro de Direitos Humanos do Brasil e observador da ONU na Síria, o músico Roger Waters e dezenas de ativistas.

Caetano e Gil não fizeram como outras personalidades, como o cientista Stephen Hawkings e os cantores Elvis Costello e Lauryn Hill que se negaram a prestigiar com suas presenças eventos de um governo que nega independência a um povo.

Comentando a atitude da dupla, Caetano Veloso declarou em Amsterdam: “Por que artista tem que ser esquerda ou progressista ? Isso é besteira. Eu sempre achei besteira.”

Besteira mesmo, Caetano, ser defensor da justiça e dos direitos humanos não é privilégio da esquerda.

Em todo o mundo, pessoas das mais variadas ideologias são contra a ocupação da Palestina, da discriminação racial dos palestinos e dos assentamentos judaicos na Cisjordania, em territórios tomados dos seus habitantes.

E o que objetiva o BDS (Boicotes, Dinvestimentos e Sanções), através do boicote de negócios e outros contactos com Israel por empresas, instituições e personalidades.

Na verdade, é a única arma realmente efetiva de que dispõem os palestinos para obterem independência e liberdade.

Desde 1993, em conseqüência do acordo de Oslo, foram tentadas dezenas de negociações e contactos de cúpula entre as partes sem se obter êxito.

Depois do massacre de Gaza e das afirmações do primeiro – ministro israelense dizendo que jamais concederia  independência à Palestina, o Ocidente pareceu acordar.

O presidente Obama ameaça mudar a posição americana diante do problema. Proposta da França

fala em novas negociações, com 18 meses de prazo, findo os quais, não havendo sucesso, a França reconheceria o governo da Palestina. A Europa exige que Israel pare de demolir casas palestinas.

Mas, as esperanças são poucas.

Historicamente, o Ocidente ameaça, fala grosso, mas no fim a força de Israel prevalece.

Como em outras oportunidades, tudo indica que dificilmente a Europa e os EUA farão justiça aos palestinos.

Ao contrário dos israelenses, eles não contam com poderosos lobbies e recursos de bilionários para defender seus interesses no Ocidente.

Sua única arma é o boicote.

Muito eficiente, pois já derrotou o apartheid na África do Sul.

E vem preocupando, e muito, os líderes de Israel pelo continuo afluxo de adesões à proposta do BDSD de empresas, igrejas, associações, personalidades e nações de todo o mundo.

De gente aberta para os problemas da humanidade, que faz por ajudar a resolvê-los.

Não como vocês, Caetano e Gil, grandes músicos e pequenos cidadãos.

 

 

 

Um comentário em “Caetano e Gil contra os palestinos.

  1. sempre achei essa dupla uns embusteiros. Para eles vale a consciência econômica ou seja; dinheiro no banco e na carteira.Esse negócio de consciencia política só vale se for para render dividendos. Civilidade? Direitos humanos e essas “babaquices” de intelectuais pobres? Nem pensar. É isso aí gente, o mundo é cheio de gils e caetanos e são muito poucos, pouquíssimos, os desmond tutu. Nem por isso devemos desanimar pois em termos de valores não econômicos meio desmond tuto vale bem mais que um milhão de duplas como essa dos baianos.

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