Sauditas propõem Oriente Médio sem armas nucleares.

Importante membro da família real saudita, defendeu a ideia de um Oriente Médio sem armas nucleares, advertindo contra uma possível corrida na região por essas armas..

O príncipe Turki Al Faisal, ex chefe de Inteligência do reino, costuma refletir o pensamento do governo.

Ele apelou aos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (EUA, Reino Unido, França, Rússia e China) para que garantissem um guarda-chuva de segurança nuclear para as nações do Oriente Médio, criando uma zona livre desse tipo de armas, e impusessem sanções a países que desenvolvessem ou possuíssem armas nucleares.

“Penso que será o melhor meio de encarar essa questão de enriquecimento de urânio ou evitar que o Irã venha a possuir armas nucleares de destruição em massa”, declarou á Associated Press. “Seguir este caminho será um procedimento muito mais justo do que o que vem sendo feito há 10 anos.”

Para Turki, estabelecer uma zona livre de armas nucleares vale muito mais à pena do que enviar frotas de guerra para a área, sejam americanas, inglesas ou francesas, ou aplicar sanções contra o Irã.

A proposta do príncipe dirige-se não somente ao Irã, que é acusado de ter um programa de armamentos nucleares, mas também a Israel, que possui, pelo menos, 200 desses engenhos.

Enquanto o Irã, anteriormente, já defendeu essa mesma ideia, de um Oriente Médio livre de armas nucleares, Israel sequer permite que a ONU inspecione seus arsenais nucleares, sendo totalmente refratário à ideia de destruí-lo.

A Arábia Saudita compete com o Irã pela liderança do Oriente Médio. Seu relacionamento não é dos melhores já que os sauditas são aliados dos EUA e, sendo uma monarquia sunita, não vê com bons olhos a república islâmica iraniana, que é xiita.

Quando das manifestações da Primavera Árabe no Bahrein, os sauditas enviaram tropas para reprimirem os opositores da família real que governa o país. Na ocasião, o Irã foi acusado de apoiar os manifestantes, em a maioria  xiitas.

A proposta do príncipe Turki pode unir os dois países rivais, talvez apenas circunstancialmente, quando será o tema da conferência dos países do Tratado de Não Proliferação Nuclear, a realizar-se na Finlândia, neste ano.

Na reunião anterior do Tratado, em maio de 2010, a desnuclearização do Oriente Médio já fora aprovada em tese pelos 189 países membros. Na ocasião, decidiu-se que os detalhes seriam discutidos na reunião da Finlândia.

Israel não assinou o Tratado e não deverá aceitar a proposta do Oriente Médio sem armas nucleares pois isso implicaria na destruição das suas 200 destas armas.

Ninguém duvida que os EUA, embora favoráveis ao controle das armas nucleares e sua progressiva destruição, farão de tudo em defesa da posição israelense.

 

 

 

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