Na semana passada, a União Européia juntou-se aos EUA na aplicação de sanções contra a Rússia por seu apoio aos separatistas ucranianos.
Os bancos estatais russos foram expulsos do mercado de capitais europeu. E as empresas dos setores de defesa e de energia da Rússia não poderão mais importar equipamentos ocidentais hi-tech para uso militar e na exploração do petróleo do Ártico.
Putin reagiu rápido.
O website do Krenlin ordenou que autoridades locais elaborassem uma lista de produtos agrícolas e matérias primas da Europa cuja importação será proibida por ao menos um ano.
Segundo o jornal Vedomosti, a lista vai incluir carnes, frutas e vegetais.
Além disso, autoridades sanitárias do governo de Moscou já barram a entrada no país de frutas e vegetais da Polônia, que tem sido um dos países mais críticos das ações russas na Ucrânia.
Considera-se provável que a rota da Ásia pela Sibéria seja fechada às linhas aéreas ocidentais, obrigando o uso de rotas alternativas, o que implicaria em altos custos.
Até o McDonald´s está sendo alcançado pela foice russa: a agência de proteção do consumidor está investigando os cheeseburgers e milk-shakes da cadeia.
No início do ano, as exportações européias de suínos já haviam sido cortadas em 25%, deixando muitos fazendeiros em apuros financeiros.
As sanções russas vão causar estrago na Europa.
A terra de Putin é o segundo maior mercado dos alimentos e bebidas do Velho Continente. As exportações de alimentos e matérias primas para a Rússia chegaram a 12,2 bilhões de euros, em 2013.
E ainda pesa a ameaça dos russos usarem seu gás natural para retaliar o Ocidente.
Eles fornecem 30% do total consumido pelos europeus. Atende a 80% das necessidades da Hungria, 30% da Itália, 60% da Áustria, Polônia e Eslovênia, 50% da Finlândia, 80% da Bulgária e 50% da Sérvia.
No fim do ano, com a chegada do inverno, a população da Europa precisará do gás russo para não virar sorvete.
Prevê-se que mais ou menos nessa ocasião a economia russa, golpeada pelas sanções, estará entrando em recessão.
Putin poderá ser estimulado a reagir, aproveitando a fome européia pelo gás do seu país.
Especialmente porque ele se encontra numa posição confortável depois de fechar um acordo no valor de 400 bilhões de dólares, para fornecer gás à China durante 30 anos.