O que unia os ucranianos na recente revolução foi a luta contra os oligarcas, que dominaram a política nacional desde a independência do país.
Numa entrevista, perguntado ao presidente Porochenko, chamado o “rei do chocolate”, se ele era um oligarca, respondeu enfaticamente: “Não. Oligarcas são aqueles que usam o poder do Estado para enriquecerem. Eu estive sempre na oposição.”
O que não deixou de ser uma inverdade.
Porochenko tornou-se ministro durante o primeiro governo anti-Rússia do país, o governo da “revolução laranja”. Permaneceu em diversos cargos ministeriais, durante as gestões dos presidentes que se seguiram, tanto pró-Ocidente quanto pró-Rússia.
O último foi Yanukowicz.
Porochenko participou desse governo até dezembro de 2012 quando aderiu aos movimentos de protesto.
Portanto, ao contrário do que o prócer ucraniano afirmou, ele sempre esteve no governo, só partiu para a oposição quando sentiu que estava numa barca furada.
Além de proprietário da maior indústria de chocolates e balas da Ucrânia e da UKProinvest com interesses em bancos, fábricas de tratores, distribuidoras de automóveis, cabos elétricos e outros empreendimentos, inclusive o Canal Chanel, de TV, um dos principais do país.
Sua fortuna é calculada pela revista Forbes em 1,3 bilhão de dólares. Como ele a ganhou, não sei.
Mas, será ele um oligarca?
Para os ucranianos, esta classe de gente teve papéis hegemônicos nos governos ucranianos desde a independência, todos eles acusados de alta corrupção.
Vai ver Porochenko era um cordeiro no meio desses lobos.
Ou não.