Sírio de Dallas comandará “governo no exílio”.

Depois de várias tentativas frustradas, o conselho superior da coalizão dos revolucionários sírios elegeu o “premier” do seu”governo no exílio”.

Não foi nada tranquilo.

Dos 63 membros, apenas 48 votaram, dos quais 35 escolheram Ghassam Hitto.

Trata-se de um cidadão que nasceu na Síria, mas foi muito cedo para os EUA, vivendo atualmente na cidade de Dallas, Texas, onde trabalhou na administração de diversas empresas.

Hitto era um dos dirigentes do Syrian American Council, que, desde 2011, dedicava-se especialmente a fazer lobby para levar os EUA a armarem os rebeldes.

Talvez dentro em breve isso aconteça.

O novo “premier” vai, provavelmente, fazer o jogo dos EUA, que desejam neutralizar as milícias radicais islâmicas próximas à Al Qaeda.

A grande força desses grupos no movimento rebelde é a principal razão dos americanos se negarem a entrar com tudo na guerra contra Assad.

Querem evitar um efeito bumerangue, fornecendo armas que poderiam ser usadas, posteriormente, contra eles próprios.

A eleição de Hitto é apenas o primeiro passo para a formação do “governo sírio no exílio.”

Ele precisa apresentar um ministério que a Coalizão aprove.

E, mais importante ainda, conseguir o nihil obstat dos grupos que lutam no interior da Síria..

Disse  Ariel Shishakly, representante das nações do Golfo na Coalizão:“Como pode um civil chegar para esses combatentes no campo de batalha e dizer:’Larguem suas armas, é minha vez de dar ordens.’?”

Reforçando essa opinião, outros membros da Coalizão dizem que eles próprios recebem apoio internacional insuficiente para firmar sua autoridade sobre as forças militares anti- Assad.

Shishakly aconselhou Hitto: “Você tem de achar um jeito de cooperar com esses grupos e você só poderá governar se lhes fornecer serviços, que exigem recursos.”

Para os EUA fornecer esses recursos, Hitto precisará achar “um jeito” para impedir que as armas que eles poderão enviar caiam nas mãos do pessoal da Al Qaeda e aliados.

“Um jeito” de negociar a paz entre as partes não entra nas cogitações nem da Coalizão, nem dos EUA, nem da Europa Ocidental.

Cada um  deles tem seus interesses próprios para exigir a queda de Assad antes de se pensar em paz.

Custe o que custar…ao povo sírio.

 

 

 

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