A OTAN praticamente alcançou seu objetivo de formar um exército e uma polícia afegãos com 350 mil homens para garantir a segurança nacional.
Mas o que era tido como solução, parece ter virado problema.
As parcas receitas do governo de Kabul demorarão muitos e muitos anos, se tudo correr bem, para poderem pagar os custos de um tal exército.
Custos que tendem a crescer mais do que as estimativas devido ao alto turnover do exército. Anualmente, cerca de 30% dos soldados desertam, o que implica em novas despesas para treinamento dos substitutos e deslocamento de grande número de militares para instruí-los.
A polícia, por sua vez, é corroída pelas propinas, que muitos dos seus membros costumam cobrar nas localidades do interior.
Tudo isso somado leva os generais da OTAN a duvidarem da capacidade das forças de segurança afegãs enfrentarem com sucesso os talibãs, ainda que seus efetivos os superem na proporção de 10 por 1.
Apesar de já reconhecerem que recrutar e treinar 350 mil homens para formar um exército capaz de garantir a segurança do Afeganistão é uma soluço mais do que problemática, os chefes da OTAN não tem outra.
Só lhes resta continuar recrutando e treinando, tampando os buracos de um navio que ameaça afundar, torcendo para que americanos e talibãs acabem chegando a uma paz aceitável.
Que lhes permita sair com honra, sem deixar o Afeganistão mergulhado no caos.