Todo mundo sabe que gás lacrimogêneo é rotineiramente usado pelas forças de segurança para conter multidões revoltadas.
Era desagradável, mas não costumava causar grandes problemas aos atingidos.
O que não se sabia é que, usado em grandes quantidades e em espaços estreitos, esses gases causam grandes sofrimentos, sérios problemas de saúde e até mesmo a morte.
É o que a polícia do Bahrein vem fazendo de forma sem precedentes na história, de acordo com denúncia da “Médicos por Direitos Humanos” (Physicians for Human Rights).
Esta ONG entrevistou mais de 100 cidadãos do Bahrein e analisou evidências recolhidas por grupos de investigação, produzindo um relatório sobre a questão.
Ele explica que “gás lacrimogêneo” é um termo genérico aplicado a um grupo de 15 agentes químicos tóxicos que deixam as pessoas sem ação, expondo seus pulmões e olhos a substâncias irritantes.
“Desde fevereiro de 2011,”, informa o relatório, ”o governo do Bahrein vem lançando uma torrente destes agentes químicos tóxicos contra homens, mulheres,crianças, velhos e até mesmo em enfermos.”
O que tem provocado casos de cegueira, mutilação e mesmo morte.
O regime do Bahrein garante que procedeu a reformas nos seus métodos de repressão, atendendo a condenações internacionais de suas ações brutais.
A Anistia Internacional discorda: “Ninguém deve se iludir pensando que a crise de direitos humanos do país acabou.”
“As autoridades tentam mostrar que a nação está na estrada das reformas, mas nós continuamos recebendo informações de torturas e de uso de força desnecessária e excessiva contra manifestantes”, afirma Hassiba Hadji Sahaoui, da Anistia.
Os EUA são firmes aliados do governo do Bahrein, ao qual fornece recursos financeiros e armas, inclusive para dominar manifestações de protestos.