Guantanamo está completando 10 anos de idade.
Mas o governo americano não recebeu parabéns da ONU. Pelo contrário, recebeu sérias críticas. A Alta Comissária para Direitos Humanos, Navi Pillay, lamentou que “ a prisão continue a existir e os indivíduos permaneçam presos indefinidamente, numa clara violação da lei internacional.”
No seu discurso anual no Congresso, Obama prometeu, mais uma vez, fechar a base. O que não fez.
A comissária da ONU declarou-se profundamente desapontada com o governo dos EUA por “em vez (de cumprir sua promessa), ter fortalecido um sistema de detenção arbitrária.”
Ela mostrou-se também “ chocada pelo fracasso na prestação de contas referente a sérios direitos humanos violados, incluindo torturas, que lá aconteceram.”
Atualmente, ainda existem 171 prisioneiros em Guantanamo. 89 foram liberados, há 2 anos atrás, pela força tarefa criada pelo Presidente Obama. No entanto, eles permanecem presos, devido a situação precária do Yemen e também a obstruções feitas pelo Congresso.
Navi Pillay pediu o fechamento imediato de Guantanamo. E lamentou ainda o recém aprovado National Defense Autorization Act, que determina a prisão indefinida sob custódia militar, sem acusação nem julgamento, de quem o presidente achar ter conexões com a Al Qaeda.
“Esta peça da legislação”, disse a comissária da ONU,” contraria alguns dos mais fundamentais princípios da justiça e dos Direitos Humanos, especialmente o direito a um julgamento justo e o direito de não ser arbitrariamente detido.”
O Ministro das Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota, declarou, em Davos, que a questão de Guantanamo deveria ser retomada.
De fato, não é aceitável que os EUA critiquem as violações dos direitos humanos na Síria e no Irã, enquanto continua violando-os em suas prisões.
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